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Arquitetura

ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA E ESTRATÉGIAS DE PROJETO

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       A Arquitetura Bioclimática preocupa-se com a adequação da construção ao clima, visando o conforto térmico, acústico e visual do usuário. Ela trata o envelope da construção como uma membrana reguladora (permeável e controlada) entre o ambiente externo e interno. Essa “membrana” é utilizada para conseguir um ambiente interno confortável e para isso o arquiteto deve ser hábil na utilização dos recursos de projeto e escolha conveniente dos materiais, levando em consideração as variáveis climáticas externas (CORBELLA, 2017).

Fonte: Lana Leão e Marília G. Rodrigues

       Assim, o uso de estratégias bioclimáticas surge como um instrumento fundamental na concepção de um bom projeto arquitetônico, prevendo, desse modo, o uso inteligente dos recursos naturais e proporcionando desenvolvimento sustentável, pois a preocupação concentra-se no processo de projeto, na escolha dos materiais adequados e na criação de novos, os quais possam proporcionar melhorias ao edifício projetado. A especificação criteriosa de materiais garante, sem sombra de dúvida, boas condições de climatização e um satisfatório desempenho térmico.

       A avaliação do desempenho térmico de edificações é um campo de grande importância para os profissionais de arquitetura e engenharia, pois por meio da aplicação desta é possível desenvolver estratégias destinadas a minimizar o ganho de calor, proporcionar conforto térmico aos usuários e aprimorar o desempenho da edificação.

      Os meios como o ambiente construído concretiza trocas térmicas com o entorno são: radiação, condução, convecção, evaporação e condensação. As trocas ocorrem devido à diferença de temperatura entre os corpos, variando o meio em que se propaga e o estado de agregação no qual se encontram os elementos. Os corpos trocam calor quando apresentam temperaturas desiguais, significando que a transmissão ocorre sempre do mais quente para o mais frio. Por sua vez, as características climáticas que afetam o conforto humano são: temperatura do ar, radiação solar, movimento do ar e umidade.

Fonte: Marília G. Rodrigues

     Nesse sentido, a edificação torna-se o meio fundamental para garantir o equilíbrio entre exterior e interior e propiciar a sensação de satisfação e bem-estar ao ser humano. Para alcançar dito equilíbrio é necessário conhecer as necessidades humanas, identificar as condições do entorno e entender o comportamento dos materiais, bem como reunir características que atendam aos requisitos de desempenho térmico através de normativas específicas como a NBR 15220-1, NBR 15220-2, NBR 15220-3 e a norma de Desempenho de edificações habitacionais – NBR 15575. Para se obter uma construção climaticamente equilibrada as variáveis deverão ser estudadas em conjunto de tal modo que se pondere seu desempenho na edificação. As características mais influentes em um projeto arquitetônico no Brasil são determinadas pela NBR 15220-3 e examinadas pelo RTQ-C que, por consequência, também estão baseadas na classificação climática e no zoneamento bioclimático do país.

     No ponto de vista de Kowaltowski e Labaki (1993), o projeto arquitetônico, ainda em sua fase de concepção, define o desempenho de um edifício em termos de conforto para seus usuários. Elementos como a forma, o volume, a orientação, a distribuição dos espaços, parâmetros de dimensionamento e localização de aberturas, aliados ao entorno natural, determinam em grande medida o desempenho térmico de edifícios sem equipamento de condicionamento mecanizado. Já na fase de definição do projeto arquitetônico, o refinamento dos detalhes, a escolha dos materiais de construção e a implantação de equipamentos específicos são usados para assegurar um nível desejado de conforto luminoso, acústico e térmico. Consideramos importante reiterar que para que estas soluções possam acontecer o processo de projeto é importante.

     Existem ferramentas para estimar a relação entre os fatores ambientais e as edificações e ajudar nas decisões projetuais. Algumas delas são: as cartas solares, representações gráficas do percurso do sol na abóbada celeste da terra nos diferentes períodos do dia e do ano (BITTENCOURT, 2000); o Método de Mahoney, que consiste na organização dos dados climáticos de uma determinada localidade por meio de tabelas que geram recomendações de projeto para auxílio na concepção projetual de edificações não climatizadas; a NBR 15220, carta bioclimática e os programas computacionais para leituras de dados.

     Outra norma indicada para edificações habitacionais é a NBR 15.575 que apresenta critérios e requisitos para verificação dos níveis mínimos de desempenho. Nesta normas consta uma metodologia normativa para classificar as habitações e critérios para verificação dos níveis de desempenho térmico para edificações de acordo com a zona bioclimática em que estão inseridas. A mesma, apresenta duas maneiras de obter a classificação: por simulação ou medição.

      A carta bioclimática citada acima, pode ser gerada automaticamente através do software livre Analysis Bio 2.0, da Universidade Federal de Santa Catarina. Este auxilia no processo de adequação de edificações ao clima local. Utiliza tanto arquivos climáticos anuais e horários como arquivos resumidos na forma de normais climatológica.

       Para consultar o zoneamento blioclimático Brasileiro, que consta na NBR 15220, existe um programa gratuito disponível que facilita a consulta gerando a leitura dos dados, O ZBBR, este possui a classificação bioclimática das sedes dos municípios brasileiros e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social, conforme a ABNT NBR 15220-3 de 29 de abril de 2005.

Arq. Marília G. Rodrigues

Este texto faz parte de um artigo desenvolvido para II Seminário de Planejamento, Paisagem urbana e Sustentabilidade, desenvolvido por mim, Marília G. Rodrigues e pelo meu Orientador do mestrado Janes Cleiton. Quem quiser visualizar ele completo, segue o link:

 https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/ANAIS_SEPPAS_2019_vf_09_03_2020.pdf 

 O título do artigo é:  ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS PARA O PROJETO ARQUITETÔNICO. ANÁLISE DO EDIFÍCIO DA FACULDADE DE ARTES VISUAIS, A PARTIR DO CLIMA DE GOIÂNIA. Está na página 799. DOI: 10.29327/114056.2-49. Aqui é  só um pouquinho dele, para que vocês possam começar a conhecer mais sobre a Arquitetura bioclimática.

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