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Segregação Social Geograficamente Escancarada, que remete a toda desigualdade social/residencial presente escancaradamente no Brasil, é o que abordo em minha arte. Sobrevivente deste meio,  por crescer residindo em periferia, e permanecer muitos anos na mesma, possuo muita história para contar, e acabei encontrando a arte como forma de expressão. 

 Em minha produção,  deixo nítido a precariedade das moradias, evidenciando elementos que contribuem para o entendimento do fator “risco” que os residentes desses locais passam todos os dias, muitas vezes a vida inteira. A solidão é fortemente presente em grande parte das minhas criações, realmente é assim que a população carente vive, é caminhar com a morte 24 horas por dia. Portanto, busco trabalhar a percepção das pessoas, pois geralmente utilizo uma cor de fundo, e outra pro desenho em si(apenas duas cores), consequentemente acredito que esse processo muitas vezes obrigue mais as pessoas a pararem e olharem de fato o que se trata, pois com o avanço tecnológico, muitas coisas ficaram rápidas, práticas e por consequência, muitas vezes não despertam uma real interpretação, sim, é lamentável. Mesmo eu me referindo ao Brasil, muitas vezes crio situações que não condizem diretamente com fenômenos naturais aqui presentes, porém o intuito é estimular a raciocínio, e abrir os olhos de quem observa. Ex: Casas muito próximas de um vulcão – representa uma área de risco, algo que a qualquer momento pode deixar de existir, e ser apenas mais uma favela extinta, sem grandes comoções do governo. Ou até mesmo uma favela isolada em uma ilha – representa a solidão, a ausência de recursos básicos, e também a proximidade com a morte. 

São diversos trabalhos, sem utilização de régua, se referindo a falta de projetos arquitetônicos pra população carente, portanto, é natural observar traços circulares e a falta de perspectiva, tudo propositalmente, pois na vida real, muitas vezes os projetos são improvisados, utilizam o que tem, o que é mais prático, ou mais barato na criação de uma casa, não existe uma real possibilidade de escolha pra construir uma casa resistente, sofisticada, digna.

É nítido que grande parte da população vive em condições precárias, porém não vejo um real avanço quando o assunto é fazer algo em prol dos mesmos, a pobreza é escancarada, é geográfica, é evidentemente na frente dos nossos olhos, e realmente fingir que está tudo bem não vai contribuir, empatia é mais que fundamental no momento.

A minha arte é um grito por essas pessoas, é uma contribuição para que elas deixem de ser esquecidas, elas existem e precisam urgentemente de ajuda, precisam do básico, nem o mínimo elas possuem. O governo exclui o povo pobre com as suas políticas sociais, a minha indignação referente à isso, está contida/presente nas minhas criações.

Rodrigo Trompaz

facebook.com/rtrompaz

rodrigotrompaz@gmail.com

www.behance.net/rtrompaz

Março,  mês que é celebrado o dia internacionalmente da mulher, para que esta seja parabenizada, elogiada, presenteada e “valorizada”. Isso, claro, se tiver um pouco de sorte, pois muitas sofrem violência antes, no dia e depois. O Brasil é considerado o 5º país do mundo com a maior taxa de feminicídio. Uma mulher é morta a cada duas horas e segundo dados do IPEA, ocorrem cerca de 822 a 1.370 estupros por dia no país.

Imagem: @midianinja

São dados extremamente assustadores e dolorosos, pois saber que uma mulher morre pelo simples fato de ser mulher, dói. Saber que uma mulher é estuprada por conta da sua roupa, dói. Saber que uma mulher é assediada em casa, no trabalho, na escola, na rua, dói. Saber que uma mulher apanha do parceiro que escolheu ter em sua vida, dói. Ter medo de viver dói bastante. E é por esses e outros motivos que o movimento feminista existe e resiste todos os dias. É pelas mulheres. É por todas as vidas machucadas/destruídas pelo machismo, pelo racismo, pela homofobia, pela nossa sociedade que é tão má, e julgadora.

Mas o que é Feminismo, e por que as pessoas tem tanto medo dele?

Para muitos o feminismo é “o gênero feminino ser superior ao gênero masculino”; “mulheres querendo carregar cimento”; “mulheres querendo não depilar”; “mulheres querendo mostrar os seios pelas ruas”; “mulheres querendo e ponto”. De fato não estão errados quando dizem que “queremos”. O verbo querer é um dos maiores objetivos dentro do feminismo. Queremos mesmo o poder de escolha e é disso talvez que venha o medo dessas pessoas. A partir do momento em que uma mulher quer, em que uma mulher escolhe, ela se torna independente e para muitos não ter alguém dependente é um ato terrível.

Mas saibam, o Feminismo é um movimento político que extraordinariamente engloba diversas lutas e deseja acima de qualquer coisa que a mulher tenha respeito e como eu disse, poder de escolha. Dentro do movimento podemos encontrar diversas vertentes, algumas delas são o Feminismo Liberal que veio da 1ª onda e é onde as mulheres querem trazer condições parecidas com as dos homens, como igualdade no casamento, na educação e perante a lei; o Feminismo Radical que veio da 2ª onda e é onde as mulheres buscam compreender qual é a origem da opressão que se dá às mulheres para que elas possam se construir como sujeito ao lados dos homens e não ser iguais a eles (o que é ser mulher? O que constitui a essência feminina?) e o Feminismo Interseccional que veio da 3ª onda e é onde que se percebe que nem todas sofrem só das ou as mesmas violências, por isso dentro do interseccional entra outras vertentes como o Feminismo Negro, o Lésbico e o Transfeminismo.

As vertentes não são uma maneira de segregar o Feminismo e muito menos as mulheres, mas sim uma forma para que as mulheres consigam entender o movimento e possam construir um diálogo. O ponto de partida do feminismo, é a igualdade de gênero no meio político, social e econômico. Porém, devemos sempre lembrar e compreender que as mulheres podem ser oprimidas de várias formas e é por isso que existem diversas vertentes e lutas, tais como contra o machismo, o racismo, a homofobia, a transfobia, a violência contra a mulher, contra a rivalidade feminina, contra os estereótipos de beleza, contra a criminalização do aborto etc.

Arte: @suavecamp

Feminismo e Arte

A relação entre arte e feminismo foi encontrada através das indagações da arte contemporânea sobre questões tais como gênero, identidade, sexualidade etc. Não existe um movimento artístico que seja propriamente feminista, mas pode-se dizer que existe um estética feminista dentro da arte.

Muitas artistas que se consideram feministas atuam politicamente em seus trabalhos, protestando contra a desigualdade, o patriarcado, a misoginia, a violência, o racismo etc. Uma dessas artistas é a Adrian Piper que em 1986 fez vários cartões de visita e um deles tinha como intenção desarmar casos de agressão sexual.  O cartão dizia: “Caro amigo, não estou aqui para pegar alguém ou ser pega. Estou aqui sozinha porque quero estar aqui, sozinha”.

“My Calling (Card) #3” (Reactive Guerrilla Performance for Disputed Territorial Skirmishes).

A conquista pelo espaço dentro da arte sempre foi uma busca constante para as artistas femininas. Você já parou para pensar que os nomes mais famosos que temos dentro da arte são masculinos? Claro que temos grandes nomes como Frida Kahlo, Artemisia Gentileschi, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti entre outras. Porém a quantidade de nomes famosos de pintores homens é esmagadora.

Em 1985 um grupo chamado Guerrilla Girls se formou para combater exatamente isso, o machismo e o sexismo dentro do mundo artístico. Em 1989, elas compararam o número de artistas mulheres na sessão de arte moderna do Metropolitan com a quantidade de nus masculinos e femininos (isso também é um grande problema, pois o corpo da mulher na arte é sempre pintado por um olhar masculino), e o resultado foi este:

“As mulheres precisam estar nuas para entrarem no Metropolitan Museum? Menos de 5% das artistas na sessão de arte moderna são mulheres, mas 85% da nudez nas obras é feminina”

Desde 1985 até hoje, o grupo, formado por artistas feministas, tenta mostrar às pessoas as desigualdades de gênero e de raça que ocorre no universo da arte. É um grupo que possui trabalhos excepcionais e extremamente importantes para o movimento feminista já que suas denúncias acabam ultrapassando esse universo e demonstram o que mais queremos: respeito, poder de escolha e espaço em todos os meios da nossa sociedade.

Algumas Dicas de Filmes e Séries com Mulheres Fortes:

  • As Sufragistas
  • O Sorriso de Monalisa
  • Frida
  • Histórias Cruzadas
  • Estrelas Além do Tempo
  • Grandes Olhos
  • Eu Não Sou Um Homem Fácil
  • Mulheres Divinas
  • Orange is The New Black
  • The Handmaid’s Tale

 

Por Julliany Oliveira

 

 

Referências Bibliográficas

MORAES, Naymme. Arte e Feminismo: para além do gênero, uma arte política. Disponível em: <https://blog.mettzer.com/referencia-de-sites-e-artigos-online/> Acesso em: 06 de março de 2019.

REDAÇÃO HYPENESS. Guerrilla Girls: há 30 anos lutando pela igualdade de gênero no universo das artes. Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2017/07/lutando-pela-igualdade-de-genero-no-universo-das-artes-ha-mais-de-30-anos-conheca-as-guerrilla-girls/> Acesso em: 07 de março de 2019.

Cai o nº de mulheres vítimas de homicídio, mas registros de feminicídio crescem no Brasil. G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/03/08/cai-o-no-de-mulheres-vitimas-de-homicidio-mas-registros-de-feminicidio-crescem-no-brasil.ghtml> Acesso em: 08 de março de 2019.

CUNHA, Carolina. Feminicídio – Brasil é o 5º país em morte violentas de mulheres no mundo. Disponível em: < https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/feminicidio-brasil-e-o-5-pais-em-morte-violentas-de-mulheres-no-mundo.htm> Acesso: 08 de março de 2019.

Entende-se como Educação Patrimonial o conjunto de ações que têm como foco o conhecimento do Patrimônio Cultural e visa o entendimento histórico-cultural e todas suas manifestações, gerando a conscientização para sua preservação e conservação.  Sempre que um grupo se reúne para trabalhar, pesquisar, conhecer alguma realidade este esta realizando uma ação educacional e caso trate-se do patrimônio, estarão realizando uma educação patrimonial.

Segundo Sônia Rampim Florêncio, há que se ter uma noção que se aproxime do entendimento de educação como construção coletiva: “Claro que a visão técnica e o tombamento são importantes, mas a visão do jovem ou do idoso sobre um centro histórico, carregada de afetividade e referências culturais vitais que mediam o processo de formação dos sujeitos, carrega muitos sentidos e precisa ser levada em conta. Para entender patrimônio cultural, não adianta uma educação bancária”. Nesse sentido percebemos a importância da participação como individuo e comunidade para a geração e continuação do patrimônio cultural e a educação patrimonial entra exatamente nesse contexto, é muito importante que a comunidade tenha uma visão crítica e consciente do patrimônio para além de preservar e conservar se fortalecer como identidade e cidadania.

O Brasil é um país pluricultural, isso porque a sua formação se deu a partir de diversas etnias, e essa pluralidade constrói a identidade da cultura Brasileira, todas as ações através das quais os povos expressam suas formas específicas de ser constituem a sua CULTURA e esta vai ao longo do tempo adquirindo formas e expressões diferentes. A cultura é um processo contínuo e dinâmico, transmitido de geração em geração, que se aprende com os ancestrais e se cria e recria no cotidiano do presente, na solução dos pequenos e grandes problemas que cada sociedade ou indivíduo enfrentam.

O Patrimônio Cultural Brasileiro não se resume aos objetos históricos e artísticos, aos monumentos representativos da memória nacional ou aos centros históricos já consagrados e protegidos pelas Instituições e Agentes Governamentais. Existem outras formas de expressão cultural que constituem o patrimônio vivo da sociedade brasileira: artesanatos, maneiras de pescar, caçar, plantar, cultivar e colher, de utilizar plantas como alimentos e remédios, de construir moradias, a culinária, as danças e músicas, os modos de vestir e falar, os rituais e festas religiosas e populares, as relações sociais e familiares, revelam os múltiplos aspectos que pode assumir a cultura viva e presente de uma comunidade. (IPHAN, 2018)

Para a Educação Patrimonial a metodologia específica pode ser aplicada a qualquer tipo de manifestação cultural, material ou imaterial, seja um objeto ou conjunto de bens, um monumento ou um sítio histórico ou arqueológico, uma paisagem natural, um parque ou uma área de proteção ambiental, um centro histórico urbano ou uma comunidade da área rural, uma manifestação popular de caráter folclórico ou ritual, um processo de produção industrial ou artesanal, tecnologias e saberes populares, e qualquer outra expressão resultante da relação entre os indivíduos e seu meio ambiente.

O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Cultural) responsável pela proteção e promoção dos bens culturais do país, busca implementar através das suas ações institucionais a educação patrimonial. Cada uma de suas instituições representativas nas diversas partes do país é responsável por fazer o diálogo com a comunidade através de políticas de educação, reconhecimento e proteção do patrimônio. As principais diretrizes que devem nortear as ações de Educação Patrimonial decorrem de um longo processo de debates institucionais, aprofundamentos teóricos e avaliações das práticas educativas voltadas à preservação do patrimônio cultural.  O processo educativo, em qualquer área de ensino/aprendizagem tem como objetivo levar os alunos a utilizarem suas capacidades intelectuais para a aquisição de conceitos e habilidades, assim como para o uso desses conceitos e habilidades na prática, em sua vida diária e no próprio processo educacional. A Educação Patrimonial consiste em provocar situações de aprendizado sobre o processo cultural e seus produtos e manifestações, que despertem nos alunos o interesse em resolver questões significativas para sua própria vida, pessoais e coletivas.

Logo IPHAN

O patrimônio cultural faz parte do nosso cotidiano, nós enquanto indivíduos estão construindo e usufruindo constantemente desse patrimônio, portanto não se pode deixar que ele acabe, pois ele conta e remonta a nossa própria história. Não existe futuro sem passado e a educação patrimonial além de ações propostas deve estar no coração dos indivíduos para que o patrimônio receba o devido valor. Infelizmente muitas pessoas desconhecem a importância de preservar, conservar as raízes e cabe às disciplinas especialistas como história, arqueologia, museologia, paleontologia, arquitetura e afins difundir a um grupo essa importância, que devia se iniciar na escola primária. Contudo a educação patrimonial surge no contexto de despertar no indivíduo e comunidade a importância do patrimônio e bem como a de sua preservação, faz com que estes se reconheçam como autores dessa história e busquem suas identidades culturais e possibilitem às futuras gerações o direito a esse mesmo patrimônio. A Educação patrimonial é um instrumento para a “alfabetização cultural” da comunidade.

Por Izaura Morais
Arquiteta e Urbanista
Professora de Teoria da Arquitetura e Urbanismo e  Técnicas Retrospectivas
@izaurinha

 

Iphan. Guia Básico da Educação Patrimonial. Disponível: portal.iphan.gov.br/uploads/temp/guia_educacao_patrimonial.pdf.pdf . Acesso: 06/09/2018

Internet: portal.aprendiz.uol.com.br . Acesso: 06/09/2018

A exposição  acontece até dia 31/08, das 14:00 às 18:00h no Instituto Leo Romano, localizado na rua 131, no Setor Sul, a casa onde funciona o instituto possui uma arquitetura moderna e foi reformada para abrigar  o escritório e ateliê do arquiteto com seus colaboradores, uma biblioteca para consulta pública, além da galeria de arte Hacibe Hanum, uma homenagem de Leo para sua avó materna, dona de inúmeras habilidades manuais e grande admiradora das artes.

Fonte: Casa Claudia
Fonte: Arqpontoarte

O espaço é super charmoso e riquíssimo em pequenos detalhes. Vários artista vão expor seus trabalhos, e desta vez é o artista e Professor: CHRISTUS NOBREGA, doutor e mestre em Arte Contemporânea pela UnB,  participa regularmente de exposições nacionais e internacionais. Tem obras em acervos e coleções privadas e institucionais, a exemplo da Fondation Cartier – Paris e no Museu de Arte do Rio (MAR) – Rio de Janeiro. Autor de livros e artigos científicos na área de artes e arte/educação. Premiado pelo Programa Cultural da Petrobras (2004 e 2011) e pelo Museu da Casa Brasileira (2004).

A Exposição com curadoria de Cinara Barbosa,  é referente a memorias familiares do artista, revisitando momentos e trazendo a renda labirinto como matriz, metáfora para as tramas da vida. Como descrito na exposição  o proposito é ressaltar neste conjunto o entrelace das peças com medida das tramas diversas histórias. As fotografias coloridas, recortes de cena da casa da avó de Christus, pontuam os sutis desvelamentos dos processos de busca. Durante o caminhar da exposição você consegue perceber todo este resgate familiar que o artista apresenta e o quanto o trabalho é rico e cheio de personalidade, a cada técnica utilizada um sentimento floresce. Vale muito a pena conhecer, tanto o instituto, quanto a exposição.

Confira abaixo algumas fotos da exposição:

Fonte: Arqpontoarte
Fonte: Arqpontoarte
Fonte: Arqpontoarte
Fonte: Arqpontoarte

 

Para maiores informações :

Instituto Leo Romano
Telefone(62) 3086-1965

@institutoleoromano
@christusnobrega